Depois de tantas perdas na Academia, muita choradeira, faço questão de participar também das alegrias dos meus confrades. É uma enorme alegria saber que Borges, com seu imenso preparo cultural, esteve na casa onde Marcel Proust passou sua infância e para onde voltou, na memória, para escrever seu livro "Em busca do tempo perdido".
Maison de Tante Leónie - Musée Marcel Proust
Mas vamos deixar que ele mesmo conte...
"Graças às fuçações de meu filho Rafael, fomos sair numa cidadezinha francesa chamada Illiers. É a Combray fictícia de Marcel Proust e por isso o nome da cidade hoje é Illiers-Combray. Ali o escritor viveu alguns anos de sua infância na casa dos tios, a qual se transformou num museu."
"Há em seu interior algumas preciosidades: a mesa de trabalho do escritor, reprodução do aparelho de chá e da madelaine, o biscoitinho que desencadeou o processo de recuperação do passado que o escritor desenvolve em sua "Busca do Tempo Perdido".
"Há, sobretudo, o quarto e a cama onde o menino dormia. E que foi o começo de tudo:"Durante muito tempo, costumava deitar-me cedo". Pois é, foi uma jornada de peregrinação."
Sensível como é o Borges, imagino sua emoção diante de tudo isso e mais um velhíssimo exemplar de François le Champi, ao lado
da cama.
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